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  • Pequenos Milagres Judaicos

Pequenos Milagres Judaicos

Autor: Yitta Halberstam e Judith Leventhal
Editora: Sêfer
SKU: 10190
Páginas: 198
Avaliação geral:

Em Pequenos Milagres Judaicos, você vai encontrar histórias reais que lhe parecerão envoltas em mágica ou simplesmente surpreendentes - não importando qual seja a sua crença ou fé. Você vai ler sobre reencontros incríveis, revelações extraordinárias e coincidências misteriosas, que vão inspirá-lo ou, até mesmo, abrir seus olhos para as bênçãos que nos rodeiam o tempo todo.

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Descrição

Desde a abertura do Mar Vermelho, o povo judeu tem acreditado em milagres... e pequenos milagres continuam acontecendo até hoje!

Em aproximadamente quatro milênios de história, o povo judeu sobreviveu a todo tipo de adversidade - a Diáspora, as perseguições, o Holocausto - e, mesmo assim, ele continua a celebrar os milagres de Deus, grandes ou pequenos, durante suas festas e comemorações. Além disso, pessoas comuns continuam a vivenciar incríveis viradas em seus destinos, provando e confirmando a certeza de que nada acontece por acaso. Essas "coincidências extraordinárias" podem ser consideradas pequenos milagres - provavelmente artimanhas dos Céus ou mensagens do Poder Superior.

Em Pequenos Milagres Judaicos, você vai encontrar histórias reais que lhe parecerão envoltas em mágica ou simplesmente surpreendentes - não importando qual seja a sua crença ou fé. Você vai ler sobre reencontros incríveis, revelações extraordinárias e coincidências misteriosas, que vão inspirá-lo ou, até mesmo, abrir seus olhos para as bênçãos que nos rodeiam o tempo todo.

Yitta Halberstam e Judith Leventhal reuniram uma variedade de contos que certamente vão mudar o seu modo de encarar a vida.

Índice e trechos

Coincidências Extraordinárias ou Pequenos Milagres?

Nos anos que antecederam ao nazismo, antes das nuvens da guerra encobrirem a Europa oriental, era comum entre os judeus, cansados dos pogroms, da pobreza e do desespero, enviar seus filhos para os Estados Unidos, onde havia a oportunidade de uma vida melhor.

Desde meados de 1900, os pais economizavam e guardavam seus rublos para pagar pela longa e árdua viagem de seus filhos e filhas, que viajavam sozinhos a bordo de navios em situação deplorável e que ofereciam condições desumanas e destino incerto. Uma vez que a passagem para cada uma dessas traiçoeiras viagens custava uma pequena fortuna e representava uma soma considerável para as famílias empobrecidas, era comum que os pais optassem por enviar seus filhos um por um, em vez de enviá-los todos de uma só vez. O sonho de todos os pais era que seus filhos alcançassem o refúgio americano para depois se juntarem a eles. Neste ínterim, as crianças ficavam com parentes, que cuidariam delas e ajudariam na espera que, com freqüência, durava meses ou até anos. Às vezes, a tão esperada reunião jamais acontecia...

Anya Gold fora a escolhida em sua família. Ela era a mais velha de oito irmãos e, em 1930, seus pais, que eram poloneses, disseram que era hora de ela partir. Eles tinham economizado dinheiro suficiente para uma passagem e haviam decidido que Anya seria a primeira a ir. Seus pais lhe disseram que logo se juntariam a ela.

Anya cresceu em Baltimore, sob a proteção de uma tia carinhosa, à espera de sua família. Mas eles nunca vieram...

A família demorou anos para juntar dinheiro para outra passagem, quando, então, caíram nas garras de Hitler. Ao longo dos anos, Anya recebera em Baltimore cartas esporádicas da Polônia, trazendo notícias da família e em ocasiões especiais, como o bar-mitsvá de seus irmãos, seus casamentos, o nascimento dos netos etc. Ela esperava ansiosa por essas cartas e saboreava cada uma delas. Então, elas pararam de chegar...

Anya temia o pior, mas somente após a guerra ela conseguiu saber, de modo conclusivo, o destino de sua família. Alguns poucos sobreviventes de sua cidade natal na Polônia chegaram a Baltimore no final da década de 1940 e trouxeram a notícia que ela já sabia, mas temia ouvir: toda a sua família fora morta. Todos haviam sido mortos em campos de concentração.

Era difícil seguir adiante depois de tudo isso, mas mesmo os sobreviventes começaram a reconstruir suas vidas. A memória de sua família ardia em sua mente, coração e alma. Anya sabia que a melhor maneira de homenagear a herança de sua família era criando o seu próprio legado. Ela esperava casar-se e ter muitos filhos. E cada um carregaria o nome de um de seus irmãos.

Assim, Anya casou-se com um homem maravilhoso chamado Sol, e sua vida juntos era quase poética. Eles realmente eram almas gêmeas, e o amor de um pelo outro era profundo. Eles ansiavam por filhos – carne de sua carne, sangue de seu sangue –, mas, nesse ponto, sentiam-se frustrados. Esse era o único tormento em sua relação, que de outro modo seria perfeita: eles não tinham filhos.

Após anos de tentativas e de buscas por especialistas de todas as partes do mundo, Anya e Sol encararam a realidade.

— Você adotaria? – Anya perguntou a Sol.

Anya já havia considerado essa opção muito tempo antes, mas por dentro ela se debatia. Ela não queria criar o filho de outra pessoa. Ela queria embalar em seus braços o seu próprio recém-nascido. Ela não podia imaginar que sentiria o mesmo em relação a uma criança adotada. Ainda assim, ela não tinha alternativa. Os médicos haviam anunciado que eles jamais teriam filhos – uma sentença de morte para seus sonhos e esperanças. 

Seu marido parecia mais seguro:

— Sim, vamos adotar – ele respondeu.

Eles entraram em contato com uma agência judaica em Nova York e souberam que uma mãe adolescente acabara de entregar seu bebê para adoção. Eles viajaram para Nova York com grande empolgação, mas, lá chegando, todas as suas esperanças se esvaíram. A funcionária da agência, nervosa, balbuciou uma desculpa:

— Sinto muito – disse ela –, mas, no final das contas, a avó decidiu criar o bebê.

Será que a viagem até Nova York tinha sido uma perda de tempo?

— Sabe – falou a funcionária da agência –, eu tenho uma garotinha maravilhosa, chamada Miriam, que precisa desesperadamente de um lar.

Miriam era adorável e afetuosa, mas ela já tinha oito anos. Apesar de terem concordado, relutantemente, em encontrar a menina, e de terem sido cativados pela sua doçura, eles não conseguiam aceitar a idade dela.

— Eu queria muito um bebê bem novinho, que me reconhecesse como sua única mãe – explicou Anya. — Quero um recém-nascido para embalar em meus braços.

— Eu compreendo – disse a funcionária. — Mas Miriam já passou por muitas coisas em sua curta existência, e certamente iria usufruir muito de um lar amoroso.

— Sinto muito, mas não – disse Anya com remorso.

Mais um ano sem perspectivas se passou. Anya entrara em contato com várias agências em todos os Estados Unidos, mas era incrivelmente difícil encontrar um bebê. Durante esse tempo, o intenso desejo de Anya por um bebê consumia todo o seu ser – uma dor intensa e uma enorme sensação de vazio.

—Sabe – ela comentou com seu marido certa noite —, talvez nós tenhamos descartado a idéia de adotar Miriam rápido demais. Ela era realmente uma criança muito cativante. Há alguma coisa nela que tocou meu coração de uma maneira especial.

Sol olhou para ela pensativo.

— Já se passou um ano inteiro – disse ele. —Será que ela ainda está disponível?

Ela estava, conforme disse a funcionária da agência por telefone.

— Não há muitas pessoas interessadas em uma menina de nove anos – ela explicou solenemente –, então, sim, ela ainda está disponível...

—Mas há um problema – ela acrescentou. — Seu irmãozinho foi encontrado na Europa e se juntou a ela em nosso orfanato. Os irmãos são inseparáveis e nós prometemos a eles que seriam adotados conjuntamente. Você consideraria a idéia de ficar com as duas crianças?

De volta a Nova York, Sol e Anya encontraram os irmãos e, mais uma vez, Anya sentiu-se atraída pela doçura de Miriam. Moishe, seu irmão de seis anos, também era adorável.

Anya e Sol se entreolharam silenciosamente, transmitindo sua concordância. Vamos em frente!, diziam os seus olhos.

Já em Baltimore, Anya acompanhou as duas crianças através da entrada de sua nova casa, e elas olhavam a mobília com olhos arregalados. O pequeno Moishe era mais tímido e contido, enquanto Miriam era curiosa e aventureira. Ela andava excitada por toda a sala, tocando todos os enfeites que adornavam a lareira e as mesas. De repente, ela parou bem em frente ao piano e sua face ficou branca. Ela apontou para uma foto. Com uma voz firme, Miriam perguntou:

— Por que você tem uma foto da minha bubbe (avó) em cima do seu piano?

— O quê? – perguntou Anya, confusa.

— Minha bubbe. Por que a foto da minha bubbe está no seu piano?

Anya olhou para o retrato de sua falecida mãe. Do que aquela garotinha estava falando?

Miriam correu para a única mala que ela trouxera consigo do orfanato. Ela tirou uma antiga foto de dentro de uma bolsa surrada e levou para Anya.

— Veja – disse, apontando –, eu também tenho essa foto. É da minha bubbe!

— Minha mãe – sussurrou Anya, quase inaudível.

— Você quer ver uma foto da minha mãe? – perguntou Miriam. Ela correu para a mala para buscar outra foto. — Quer ver como ela era? Ela entregou a Anya a foto de alguém que ela conhecia muito bem. 

— Sara! – gritou Anya com as pernas bambas.

— Como você sabe o nome da minha mãe? – a criança perguntou, confusa.

Sem saber, Anya havia adotado os dois filhos órfãos de sua irmã Sara.

Eles eram carne de sua carne, sangue de seu sangue.

Eles eram... seus.

Trechos

Coincidências Extraordinárias ou Pequenos Milagres?




Sei que não são muitos os casais que têm o privilégio de comemorar bodas de ouro, mas meus pais eram duplamente abençoados tanto com um bom casamento quanto com boa saúde. Cinquenta anos haviam se passado desde o seu casamento, em 1912, e eu e meus quatro irmãos decidimos dar uma festa de gala para comemorar a ocasião, em 10 de janeiro de 1962. Uma vez que nossa família estava espalhada pelos Estados Unidos, em ambas as costas, decidimos nos reunir na casa de minha irmã Molly, em Chicago, o ponto mais central e conveniente para todos, onde a festa aconteceria. Seria uma ocasião de muita alegria e uma maravilhosa reunião, e todos estávamos ansiosos, aguardando a data. Comprei as passagens aéreas para mim e minha esposa, gastando uma pequena fortuna.

Alguns dias antes de nossa partida, de Los Angeles, percebi que minha esposa, Helene, geralmente obcecada por fazer malas, ainda não havia começado a sua costumeira preparação, que era iniciada sempre uma semana antes de qualquer viagem.

- Helene - eu perguntei, surpreso. - Você já não deveria ter começado a arrumar as malas?

 

- Querido - ela disse lentamente -, não sei como lhe explicar isso... Eu mesma não sei como explicar... mas não sinto que devo ir. Estou tendo um sentimento de que eu serei necessária aqui. Você ficaria muito chateado se eu ficasse em casa dessa vez?

Minha esposa sempre me acompanhara em todas as viagens familiares e nunca perdera nenhuma celebração de nenhum membro da minha família. Normalmente, eu teria batido o pé e insistido para que ela me acompanhasse, passando por cima de qualquer preocupação que incomodasse minha esposa. Mas dessa vez, para minha própria surpresa, eu me escutei falando feito um carneirinho:

- Tudo bem, querida. Se você acha que não deve ir, fique em casa.

Então, pela primeira vez desde que nos casamos, viajei sozinho para Chicago.

Naquela manhã, depois de me levar ao aeroporto e voltar para casa, minha esposa tentou ligar para sua mãe e irmã, que viviam juntas a três quadras da nossa casa. Ninguém atendeu ao telefone, mas aquilo não parecia estranho: minha mulher presumiu que elas tivessem saído para fazer compras. Porém, naquele mesmo dia à tarde, quando dois de nossos filhos voltaram da escola, alguma coisa fez com que minha esposa lhes perguntasse:

- Vocês viram Philly ou Jackie (os sobrinhos da minha esposa) na escola hoje?

- Na verdade, não. Será que eles estão doentes?

Minha esposa achou estranho que as duas crianças não tinham ido à escola mas ninguém atendera ao telefone quando ela ligara. Mesmo doentes, ela pensou, eles poderiam atender ao telefone. E, se eles estão tão mal a ponto de não atenderem ao telefone, raciocinou minha mulher, então a minha irmã deveria estar em casa com eles. 

 

 De qualquer maneira, nenhum alarme soou em sua cabeça até ela ir buscar seus outros dois filhos em uma escola perto de casa ? a mesma escola que seus sobrinhos mais novos frequentavam.

- Vocês viram seus primos na escola hoje? - ela perguntou de novo.

Quando eles também disseram não, ela começou a pensar, mas logo afastou o mau presságio, achando que era coisa de sua cabeça.

Os estranhos acontecimentos daquele dia só começaram a fazer sentido em sua mente quando ela se sentou para jantar. Um prato escorregou de sua mão e se estilhaçou no chão quando uma terrível explicação finalmente a dominou:

- Meus Deus! Eles podem estar mortos!

Helene e meus filhos pularam para dentro do carro e se dirigiram rapidamente para a casa da irmã dela. Quando ninguém respondeu aos seus incessantes toques de campainha e às fortes batidas na porta, nosso filho, Ron, correu até a garagem onde havia uma chave reserva escondida. Uma vez, a irmã de Helene mostrara ao sobrinho o local da chave, e ele se lembrava bem.

- Para um caso de emergência - dissera a tia para ele.

Assim que Helene encontrou a chave a abriu a porta, ela começou a ficar sufocada pelo gás que enchia a casa. Em casa, ela encontrou sua mãe, sua irmã e dois sobrinhos inconscientes na cama. Seus outros dois sobrinhos perambulavam pela casa, tontos e desorientados, como zumbis. Quando suas tentativas de acordar a todos se mostraram inúteis, Helene ligou para os paramédicos, e toda a família foi levada para o hospital. Depois de um tempo, todos eles recuperaram a consciência, com exceção da mãe de minha esposa, que entrara em estado de coma.

Quando a irmã e os sobrinhos de Helene acordaram, eles não faziam ideia do incidente que quase custara a vida de toda a família. A irmã de Helene se lembrava que um encanador viera consertar o forno no dia anterior, e ela presumiu que ele acidentalmente causara o vazamento, que durou a noite toda, enquanto eles dormiam.

Enquanto isso, minha sogra ficou em coma por cinco dias, período em que minha esposa não saiu do seu lado. Os médicos avisaram que, mesmo que ela saísse do coma, ela provavelmente ficaria em estado vegetativo para o resto da vida. Minha mulher se recusou a desistir da mãe, e conversava com ela o tempo todo, certificando-se de que ela estava sendo estimulada o tempo todo. Após alguns dias de incerteza, as pálpebras de minha sogra se abriram e ela estava de volta conosco, tão lúcida quanto antes. Ela provou que todos os prognósticos médicos estavam errados e viveu uma vida longa até os noventa anos.

Apesar de o incidente ter acontecido há quarenta anos, nunca consegui tirá-lo da minha cabeça. Eu sou uma pessoa particularmente teimosa, especialmente em relação à família. O que será que deu em mim, que amava tanto os meus pais e que queria tanto honrá-los para deixar minha esposa ficar em casa sem nem brigar ou argumentar? E o que fez com que ela insistisse para ficar em casa?

Minha esposa era a única pessoa próxima de sua mãe e irmã em Los Angeles. Ela era a única que notaria que seus sobrinhos não foram à escola ou que sua mãe e sua irmã não atenderam ao telefone por um longo período.

E Helene e as crianças eram os únicos, em toda a cidade, que sabiam da chave extra escondida na garagem.

 

Se eu tivesse sido teimoso e insistido para que minha mulher me acompanhasse até Chicago, uma grande tragédia teria acontecido. Quarenta anos depois, eu ainda fico espantado que minha única resposta à relutância de minha esposa em ir comigo à festa foi uma resposta muito molenga e atípica:

- Tudo bem, querida. Se você acha que não deve ir, fique em casa.

Pensando nisso tudo, eu nunca teria me perdoado se eu tivesse dito algo diferente.

 

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